O Paisagismo em Tuparendi

                   Morar em cidades grandes é muito estressante. Prédios altos impedem a circulação dos ventos, o excesso de pavimentação causa o abafamento em dias quentes, o barulho da descarga dos carros e o som alto, as vozes altas das pessoas nos irritam, as pessoas esbarram na gente quando caminhamos, a poluição torna nossa respiração mais difícil. Em muitas cidades não se tem sequer uma praça decente e limpa para as pessoas descansarem. Os espaços públicos tem que ser repensados, é preciso que se tornem agradáveis locais de convivência das pessoas. E o mais interessante é que os locais ao ar livre são os que demandam menos gastos para se tornarem aprazíveis.

                O problema é que os gestores não costumam dar a devida atenção aos espaços públicos. É uma tradição, assim como não se dá a devida importância ao tratamento dos esgotos de nossas cidades. E olhem que não é preciso mão de obra sofisticada para criar um projeto paisagístico. O ambiente natural está pronto, basta dar condições dele produzir o espetáculo.

                Claro que temos verdadeiras obras primas como o Complexo da Pampulha, em Belo Horizonte, o Jardim Botânico no Rio de Janeiro, a Avenida Copacabana, os jardins de Brasília, obras do gênio do paisagismo, Roberto Burle Marx. Recentemente a orla do Guaíba, próximo ao Gazômetro, em Porto Alegre foi aberta ao público. E os gaúchos voaram para lá. Milhares de pessoas passaram a frequentar o local, que está lindo e que tem segurança. O autor deste texto esteve recentemente em visita a Colômbia e voltou impressionado com a importância que os gestores naquele país dão ao embelezamento de suas cidades. Bogotá é um verdadeiro jardim á céu aberto, Medellin, Cartagena de Las índias também. Além disso aquele país tornou-se o segundo país do mundo em exportação de flores. As cidades oferecem espetáculo de cores e flores todo o ano.

                Em nossa região temos administradores que se preocupam com o aspecto visual de suas cidades. Neste contexto podemos citar Três de Maio, Santa Rosa, Boa Vista do Buricá, Porto Xavier e outras. Tuparendi é hoje o destaque principal devido ao trabalho da esposa do prefeito, a Márcia e a Regina, esposa do Dr. Hélio, vice prefeito. Chamaram para si a responsabilidade de cuidar da cidade no que se refere ao aspecto visual. Numa demonstração de engajamento e persistência ímpar, desenvolvem um trabalho constante desde os primeiros dias da administração atual. Com criatividade elogiável provam que não precisamos de arquitetos paisagísticos para plantar flores, árvores, gramas, palmeiras e, com isso transformar as áreas públicas em locais de convívio social, bem estar, lazer e contemplação, como é o caso da Praça Aquiles Turra. Essa, que é a praça principal da cidade passou a ser frequentada com mais assiduidade pelas famílias que vão tomar seu chimarrão enquanto seus filhos brincam na casinha de eventos, nos bancos e até no trenzinho de madeira, obra prima do criativo funcionário conhecido como Grilo.

                As calçadas são lavadas com frequência, grama aparada, canteiros de flores sempre bem cuidados, proprietários de cães evitam levar seus animais para defecarem onde as crianças brincam. Acompanhadas de uma equipe de operários da Prefeitura Municipal estenderam o trabalho ao interior do município, às vilas, embelezaram o CTG, essas mulheres não param. Quem chega ou cruza pelos trevos de acesso á nossa cidade pode observar seu visual alterado. É o cartão de visita que os tuparendienses oferecem ao visitante.

                Plantaram centenas de mudas nativas e ornamentais, mais de 3.000 mudas de agapanto, 800 palmeira Fênix, reormaram os parquinhos das praças, construíram centenas de vasos com sobras de madeiras. A comunidade participa ativamente com doação de mudas e auxílio na preservação do trabalho, uma casa foi construída na Praça Aquiles Turra com participação voluntária de mais de vinte marceneiros, construíram 5 pergolados nas praças com reaproveitamento de madeiras. Agora trabalham com a possibilidade de construirem uma praça na Vila Progresso, com doação de materiais e mão de obra daquela comunidade. Estão  previstas ações de embelezamento em Cerro Alto e em outras comunidades menores mas a demanda é tanta que a equipe não está conseguindo atender satisfatoriamente.

Por Clovis Medeiros